terça-feira, 12 de outubro de 2010

MENTIRA, A FALTA CONTRA A VERDADE

Por Wellington Barbosa da Silva
Seminarista da Diocese de Penedo/AL

Se quisermos dar uma definição para a mentira, o Catecismo da Igreja Católica, Nº 2.486, pode nos ajudar: A mentira, por ser uma violação da virtude da veracidade, é uma verdadeira violência feita ao outro, porque o fere em sua capacidade de conhecer, que é a condição de todo juízo e de toda decisão.
E a verdade, o que é? A verdade tem nome, conforme (João 14,6): Eu sou o caminho, a verdade e a vida. É uma pessoa: JESUS CRISTO, em cuja face resplandece o clarão da face de Deus, em toda a sua beleza; a luz verdadeira do mundo, que ilumina todo homem; Jesus, cheio de graça e verdade; seu Espírito é o Espírito da verdade; Ele é a verdade transcendental.
Feitas estas definições, podemos dizer que, assim como não existe escuridão, mas a ausência de luz, não existe mentira, mas a ausência da verdade. Por isso, vamos nos deter mais, nesta reflexão, na virtude da verdade e na falta desta.
Em primeiro lugar, existe uma crise em torno da verdade. Na Veritatis Splendor, Nº 35, o Papa João Paulo II nos diz que... a liberdade humana deseja “criar os valores”, e gozar de uma primazia sobre a verdade, até ao ponto de a própria verdade ser considerada uma criação da liberdade, e esta reivindicar tal autonomia moral que, praticamente, significaria a sua soberania absoluta. Como nos ensina o livro do Gênesis 2, 17, Deus proibiu ao homem comer da árvore da ciência do bem e do mal. Muitas vezes, fruto da desobediência, o homem cala a consciência, de uma maneira que passa a ter uma vida dúbia. E é possível ter uma vida dúbia. Por quê?
Pe. Léo, numa de suas pregações sobre a mentira, falava que não é fácil fugir à mentira, pois, desde pequenos, já começamos a aprender a mentir. Além disso, temos medos, e o maior medo é o de não ser amado como somos, de perder privilégios; vivemos a vida preocupados com nossa imagem e, por isso, usamos máscaras. Até no confessionário, sofremos a tentação de esconder pecado.
Em segundo lugar, quando o homem pensa possuir os critérios da verdade, quando ele pensa poder criar valores, ele começa também a pecar, e um forma de pecado é quanto à reputação, por meio de várias formas de mentira. Afinal, qual o pecado que não está de braços dados com a mentira?
O catecismo apresenta os vários pecados quanto à reputação das pessoas, os quais são relacionados com a violação do oitavo mandamento, NÃO LEVANTAR FALSO TESTEMUNHO:
Juízo temerário – quando se admite como verdadeiro um defeito moral no próximo, sem fundamento suficiente; Maledicência, falsidade, hipocrisia; Calúnia – quando se prejudica a reputação dos outros, dando ocasião a falsos juízos a respeito deles, com palavras contrárias à verdade; a maledicência e a calúnia ferem as virtudes da justiça e da caridade; quando ferem essas duas virtudes, a mentira torna-se mortal.
Finalmente, mesmo diante de todos esses males, nenhuma sombra de erro e de pecado pode eliminar totalmente do homem a luz de Deus Criador, o esplendor da verdade que brilha no íntimo do espírito humano. Nas profundezas do seu coração, permanece sempre a nostalgia da verdade; é o que nos afirma a Veritatis Splendor. 1. Esforcemo-nos para que seja o nosso ‘SIM’, SIM, e o nosso ‘NÃO’, NÃO, como nos ensina Jesus no Evangelho de Mateus 5, 37, pois, se dizemos que estamos em comunhão com ele e andamos nas trevas, mentimos e não praticamos a verdade (1João 1,6). Na justiça e santidade da verdade, livres da mentira, rejeitemos toda maldade, todas as formas de hipocrisia, de inveja e maledicência. (1Pd 2,1; Ef 4, 24-25).
              Que Maria, a Virgem imaculada, preservada de toda mancha de pecado, que precedeu Jesus como aurora resplandecente, ajude-nos a ser luz da verdade no mundo.

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